quarta-feira, 16 de julho de 2008

I like them BIG

Ir às compras pode ser das experiências mais interessantes para se ter na vida, principalmente quando se vai com um amigo em época de promoções. Uma ida às compras pode presentear-nos com tiradas dignas de um filme neste zoo que é um centro comercial ou algo parecido a isso. Daria uma interessante tese de mestrado e/ou doutoramento alguém observar o comportamento das pessoas enquanto compram. Não falo dos gritos histéricos e das corridas parvas da abertura dos saldos em certos países da estranja. Não! Afinal somos tugas e algo mais comedidos.

Dentro de uma loja, por exemplo a Pepe Jeans, num espaço como o Freeport de Alcochete, podemos (àcerca de uma mala) assistir a esta conversa:

- "Olha esta mala era gira para ti!"

- "Não gosto! É pequena. Sabes bem que eu gosto delas grandes!"

Que tem esta conversa de especial? Nada poder-se-á dizer. E de facto é uma conversa banal. O certo é que quem se saiu com a segunda frase, o "gosto delas grandes", foi observado por um rapaz, que ao ouvir aquelas palavras deve ter tido um qualquer estalido no seu hipotálamo, despertando-lhe a líbido e que, olhando atentamente se deixou ficar por perto do autor da frase, numa de galanço, qual pavão que se exibe (neste caso seria mais um franganote do campo), esperava talvez dizer "eu tenho-a grande".

É sempre muito educativo ir as compras!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Bang Bang

Muito se tem falado sobre os acontecimentos passados no bairro da Quinta da Fonte, na Apelação, em Loures. A mim não me interessa assim tanto que tenha sido um bairro mal planeado e "guetizado", com a transferência de comunidades potencialmente inimigas de bairros que foram demolidos ao abrigo do Plano de Erradicação das Barracas, que governos anteriores aclamaram como tendo sido bem sucedido.

É certo que estes acontecimentos mostram que muita coisa vai mal neste país, mas vou aqui tentar enumerar aquilo que, a meu ver, realmente é demonstrado por estes acontecimentos e que se de uns se fala, outros parece ficarem esquecidos do pensamento de certas pessoas que recebem tempo de antena para falarem de realidades que não conhecem.

Eis alguns pontos a considerar:

- o bairro da Quinta da Fonte foi construído para alojar três tipos de comunidades distintas, uns por realojamentos oriundos das zonas da expo, outros por cooperativas de habitação económica.

- com este alojamento foi-se colocar dentro do mesmo bairro comunidades diferentes que antes tinham "áreas de influência e domínio" próprias dentro do submundo do crime/droga da zona norte de Lisboa (é como se se colocasse dentro da mesma casa duas famílias mafiosas rivais).

- o bairro da Quinta da Fonte (entre outros do género) foi construído, pago e mantido por dinheiros do erário público (dos nossos impostos), seja por via central seja por via autárquica.

- o que me chocou mais nem foi andarem aos tiros em plena rua, pois isso não é novidade (nem lá nem no país, para as mentes mais esquecidas recordo apenas as intervenções no bairro 6 de Maio, na Damaia, onde até a polícia tinha medo de entrar), a diferença foi que, desta vez, alguém filmou tudo (ou parte, pois só mostra uma das partes em conflito). O que nos devia preocupar a todos é o à vontade com que as armas são utilizadas, o que mostra que há pelo menos um bom conhecimento e manejo da arma.

- não se vê a polícia a intervir, o que demonstra que, de alguma forma, o Estado tem alguma dificuldade (ou não tem interesse) em se afirmar nestas comunidades. Não digo que fizesse alguma diferença neste caso, não sei se faria ou não, mas um bairro deste tipo deveria ter sido contemplado desde o início com uma esquadra policial e não apenas com um carro patrulha que por lá se passeia 2 a 3 vezes ao dia.

- não é xenofobia nem racismo querer ter paz e ordem pública dentro do país. Posto isto defendo que foi dada uma oportunidade a estas comunidades (principalmente às estrangeiras) para se adaptarem e contribuírem para o desenvolvimento do país mas, se elas não sabem reconhecer isso e, antes de o desenvolverem, só vêm aumentar a instabilidade, então deveriam ser expulsas de Portugal. Pode não ser politicamente correcto falar disto, mas não temos que levar com isto. Se eu deixo alguém entrar em minha casa, dou-lhe comida e tudo o mais e, no entanto, esse alguém começa a estragar as coisas, ponho-o fora de casa. E Portugal é isso mesmo, a nossa casa.

- porque digo que não é xenofobia? Vamos pensar um pouco. De que vivem estas famílias (não todas é certo, mas grande parte delas)? E aqui surge-nos um pormenor interessante. Teoricamente são famílias carenciadas, até vi muitos comentadores falarem do nível de pobreza. Vamos ver este nível de pobreza. São carenciados, vivem numa casa que lhes foi dada (com boa ou má construção é um tecto que muita gente honesta não tem condições para pagar com o fruto do seu trabalho), pagam rendas simbólicas (os que as pagam, porque muitos não as pagam mas continuam a viver lá), recebem o rendimento mínimo (pago por todos nós, com o dinheiro dos nossos impostos) e, no entanto, temos situações destas, em que as televisões são convidadas a entrar dentro das casas para filmar os estragos e somos então presenteados com frases destas "roubaram-me o plasma, a playstation dos miúdos, o computador, o dvd, etc e tal". Acho curioso como é que famílias carenciadas conseguem suportar um nível de vida para terem todos estes equipamentos de "primeira necessidade", isto para não falar dos automóveis, pois basta descer a avenida principal do bairro, a que depois sobe para o Catujal, para se ver que até pode haver gente carenciada lá, mas estão longe de ser a maioria pois afinal o negócio da droga (e não só) sempre deu avultados rendimentos.

- quem paga isto tudo? Somos nós!

Posto isto só me resta dizer uma coisa para finalizar. Vivemos nos país que merecemos pois todos somos responsáveis por nada fazer para alterar um país em que minorias "carenciadas" vivem à custa do trabalho árduo de uma grande maioria que observa pacificamente a forma como essas minorias nos vêem: como uns totós!

domingo, 6 de julho de 2008