quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Um poema triste em prosa



Várias maneiras há de viver! Um dia nascemos e, nesse dia, choramos pela primeira vez nas nossas vidas. Depois vamos crescendo e aprendendo a viver! Fazemos amigos, que vão e vêm! Então julgamos que vivemos! Fazemos tudo aquilo que esperam de nós, que nos dizem para fazer, e então vivemos...

Chega um dia que conhecemos alguém e, esse alguém, por qualquer motivo, é diferente dos outros e vai entrando na nossa vida, aninhando-se no nosso ser! Então, desabrochando como uma flôr, nascemos de novo e descobrimos o que é viver!

Neste novo viver sentimo-nos leves e, tal como a borboleta, voamos a cada olhar, a cada toque, a cada sorriso, a cada beijo, a cada pedaço do outro que nos faz vibrar! E vivemos... vivemos felizes!

Depois parece-nos díficil acreditar que essa felicidade existe e temos medo do que sentimos crescer em nós, desse gostar do outro, desse vibrar! E temos medo!

E esse medo leva-nos a retrair o sentimento, a olhar a volta à procura de algo, de uma confirmação e, no meio dessa nossa busca, deixamos de reparar no que realmente interessa: que gostamos de alguém! E melhor, que esse alguém gosta de nós! É tão raro, e tão maravilhoso quando assim acontece! É uma jóia a ser estimada!

E o medo volta a ganhar avanço! Quase que num sentimento de auto-punição, por acharmos que não merecemos essa felicidade, esse sentimento, vamos alimentando o medo, que nos faz afastar do essencial e alimenta a dúvida! Continuamos a gostar... e muito... mas temos medo!

E então perdemos tudo e não conseguimos voltar atrás! Choramos juntos, sofremos afastados pela mesma coisa! Ninguém morreu, nada é definitivo, mas falta-nos a coragem para acreditar! E deixamos o medo vencer!

O medo vence e ficamos vazios! Completamente vazios por dentro. O brilho some-se do olhar, o sorriso desaparece dos lábios e fica a dôr, uma dôr imensa, uma dôr intensa, que é custosa de aplacar!

Gosto de ti... e tu gostas de mim... Porquê esquecer o essencial e alimentar a dôr? Esta dôr que ecoa no vazio que ficou em mim e, que por certo, também existe em ti! Por certo haverá algo melhor para preencher este vazio que não leva a nada e é apenas fruto do medo!

Je t'aimais, je t'aime, je t'amerai!

Um beijo grande!

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