sábado, 6 de junho de 2009

Período de reflexão

Amanhã Portugal vai, mais uma vez, a votos para eleger os seus deputados para o Parlamento Europeu. A campanha decorreu de forma pacífica e verdadeiramente esclarecedora, em que os portugueses viram esclarecidas todas as dúvidas que pudessem ter sobre as propostas que cada candidato trazia à campanha!

Este poderia ser o relato verdadeiro de alguém que não toma a medicação a tempo e perde noção do país em que vive! Amanhã vamos a votos sim! Mas o que se viu na campanha eleitoral? Uma pouca vergonha! Em vez de se discutirem as propostas do que se pretende fazer na próxima legislatura europeia (em que o assunto mais importante que o Parlamento Europeu irá discutir é a nova forma de financiamento da União), o que fazem os partidos políticos em Portugal? Discutem politiquices e banalidades sem interesse, atacam-se mutuamente por questões internas e sabe lá mais Deus o quê!

Resumidamente tivemos assim a campanha:

PS- Eu quero ouvir a Dra. Manuela Ferreira Leite a falar do caso BPN! (algo realmente muito importante para a Europa)

PSD- O candidato do PS não presta e devia pedir desculpa! (muito se ofendem eles e depois ficam todos amigos)

CDU-Olhem como os capitalistas tratam os trabalhadores! (mesmo assim de todos ainda foi o partido que verdadeiramente mais discutiu a questão europeia)

BE- Temos que tirar a maioria ao Eng. Sócrates e tirar o dinheiro aos capitalistas que trabalharam para o ganhar e não o querem dar aos outros! (mas é mesmo engenheiro?)

CDS/PP- Eu tenho documentos e vou mostrá-los! (mais uma vez sobre o caso BPN, de importância urgente para Portugal apresentar na próxima composição parlamentar europeia)

Com campanhas assim ainda se espantam que a abstenção seja a grande vencedora? Penso que de uma forma geral (e não apenas em Portugal), os políticos europeístas vivem desligados da vontade dos europeus. Meus senhores: há que baixar um pouco à realidade e ouvir as populações! Não se podem fazer construções políticas artificiais contra a vontade dos povos!

Já Saramago o questionou: E se ganhasse o voto em branco?

Eu acrescento: e se a abstenção servisse para não validar as eleições?

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