sábado, 10 de outubro de 2009

A Barraca Abana

Ontem toda a gente ficou surpreendida ao ouvir o nome de Barack Obama como vencedor do prestigiado prémio Nobel da Paz. E se formos a pensar bem, o que fez ele para merecer o prémio, além de ser o presidente mais bronzeado dos EUA?

Se navegarmos um pouco pelos vários jornais descobrimos, de acordo com o jornal i, que desde a tomada de posse de Barack Obama na presidência até à entrega das candidaturas dos nomeados, passaram apenas 12 dias. Leram bem: 12 dias! Ora o que fez este homem em 12 dias para ser merecedor de um prémio que distingue quem, ao longo de 12 meses, mais contribuiu para a paz mundial ou até local? Pus-me a pensar nisso e penso que descobri a solução. A questão está no número. Para Oslo o que interessa é o 12, não faz diferença se são dias ou meses, desde que o 12 lá esteja, está tudo bem.

Mas pronto. Vamos lá ser simpáticos. Está bem que em 12 dias ele não teve grandes hipóteses para acabar com a fome e a guerra no mundo (tal como a miss universo diria ser o seu maior desejo, quando na prática ela queria era ter muito dinheiro e passar o dia a ser impalada por um negão com uma jeba duns 32 cm), mas vamos então ver o que fez ele desde que está na presidência em prol da paz:

- Prometeu retirar os soldados americanos do Iraque e cumpriu a sua promessa. Mas ficou o Iraque pacificado? Penso que a retirada se deveu mais à quantidade de baixas que andavam a sofrer e a pressão que isso causava na opinião pública americana... mas que sei eu?

- Prometeu acabar com a prisão ilegal de Guantanamo. Aqui deparou-se com uma série de problemas internos e, então, para resolver a situação teve uma ideia brilhante, "convidou" alguns dos países amigos dos EUA a receberem esses os prisioneiros detidos em Guantanamo. É o chamado distribuir o mal pelas aldeias. Distribui-se uns quantos prisioneiros por uns quantos países e a questão fica resolvida e não se fala mais nisso, o certo é que a grande maioria continua detida ilegalmente sem julgamento há anos.

- Temos também o Afeganistão. E aqui está um belo exemplo de como não se aprende com a História. A URSS, que era a super potência que era, com todo o seu poderio militar, invadiu o Afeganistão e esteve em guerra lá durante 11 anos, vendo-se forçada a retirar, não só porque a política no palco mundial se alterou, mas também porque estava a ser derrotada. A guerra do Afeganistão é muitas vezes apelidada do Vietname soviético. Os EUA já estão há alguns anitos no território e além de sofrerem baixas e matarem uns quantos civis e bombardearem montanhas, ainda não fizeram nada... perdão... fizeram eleger um governo fantoche. Mas Barack Obama já havia prometido o envio de mais tropas para o território e, curiosamente, como recebeu um prémio em prol da paz, essa medida tão pomposamente anunciada foi agora adiada, se não mesmo eliminada.

- Barack Obama fez os EUA iniciarem conversações, com um espírito mais aberto, com o Irão e com a Coreia do Norte, o certo é que essas conversações não deram em nada e a questão nuclear continua por resolver.

- Valerá a pena falar no Médio Oriente e no conflito entre Israel e a Palestina? Hmmmm... penso que não, pois nesse campo também não houve avanços... a não ser a construção, por Israel, de mais uns quantos colunatos.

Barack Obama tem carisma e isso é indesmentível. Tem um bronze que muitos invejam. Mas isso basta para o considerar merecedor, a par de todas as personalidades mundiais, como o que mais fez pela paz nos últimos 12 meses? Perdão... 12 dias? Aiiiiii.... já estou baralhado!

É claro que esta foi uma atribuição política, quase como que um prémio de esperança no que esta administração americana pode vir a fazer. O "El Mundo" chama-lhe um erro colossal. Os próprios jornais americanos consideram ser um embaraço para os EUA, pois agora todas as acções de Obama enquanto presidente dos EUA vão estar sobre um escrutínio mais apertado.

Depois há uma coisa que não percebi. Barack Obama diz ter recebido o prémio com humildade. É mentira. Eu bem vi. Ele recebeu-o com as mãos! Se calhar ele queria dizer com humidade, porque tinha acabado de pôr creme hidratante e aquilo ainda não tinha sido absorvido pela pele.

Mas quem eu acho que realmente merecia o prémio Nobel da Paz eram os professores portugueses. Esses sim trabalharam muito pela PAZ. Conseguiram aguentar uma ministra hitleriana sem a esquartejar! E que eu saiba, mandar uns quantos ovos não é propriamente o mesmo que mandar mísseis e matar inocentes e depois chamar-lhe incidente. E os portugueses sofrem muito mais. Imaginem que agora a Milú, no próximo verão, decide fazer nudismo? O terror, o pânico! Os professores portugueses mereciam pelo menos 10 mil prémios Nobel da Paz! Tenho dito.

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