domingo, 6 de abril de 2008

O grito

Há alturas em que só me apetece gritar. Literalmente. Apetece-me abrir a boca e libertar o som que nasce bem lá no fundo, bem dentro de mim e que traga cá para fora tudo o que me corrói por dentro e que nem sempre consigo verbalizar. Não sei se isso iria ajudar ou não, mas penso que feito isoladamente funcionaria como uma boa terapia. Claro que se o fizesse em público toda a gente me iria considerar uma pessoa doida.

Mas funcionaria como o pipo de uma panela de pressão. Deixar sair o vapor a mais. Gritar! Gritar não no sentido de falar cada vez mais alto como pode acontecer numa discussão. Lançar mesmo um berro, daqueles que sentimos crescer em nós e que tem que ser libertado.

Gritar desalmadamente até ficar sem voz. É isso o que por vezes me apetece fazer quando me sinto triste, desapontado, desiludido, zangado com este mundo e com as pessoas que o povoam.

Gritar não para me fazer ouvir mas antes para me libertar. Não tanto para me libertar dos outros, mas mais para me libertar de mim!


Há alturas em que só me apetece mesmo gritar!

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