quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Les Liaisons Dangereuses

"Les Liaisons dangereuses" é um romance epistolar (o que significa que a história é relatada através de uma série de cartas trocadas entre as diferentes personagens) do século XVIII, da autoria de Chorderlos de Laclos e publicado, pela primeira vez, em 1782 (para os mais desatentos foi há muito ano já).

A obra retrata as relações de um grupo de aristocratas franceses através das cartas trocadas entre si, na época imediatamente anterior à Revolução Francesa. Os nobres ociosos e sem escrúpulos dedicam-se prazerosamente a destruir as reputações de seus pares (um pouco à semelhança do que acontece hoje em dia na Assembleia da República).

O história tem como base as personagens do Visconde de Valmont e da Marquesa de Merteuil, que manipulam e humilham as restantes personagens através de intrigas e jogos de sedução.

Quando lançado, o livro escandalizou toda a sociedade francesa, pois retratou de uma forma muito fiel a realidade que muitos conheciam, mas que ninguem comentava em público. É um primor na literatura do género, principalmente no que toca à forma como o autor, através das cartas, conseguiu criar uma personalidade a cada pergonagem, tanto pela maneira de escrever como depois pelas atitutes tomadas ao longo da história.

No decorrer do livro, ficam claras as más intenções dos protagonistas, ao mesmo tempo retrata suas fraquezas, os seus temores, desejos e malícias (não as do padre Vítor, que já nem sei se é com "c" ou sem "c", porque esse é Melícias, de mel, o que me leva a pensar se o senhor será um pouco mais para o peganhoso?).

Com o advento do cinema, esta obra foi várias vezes adaptada ao grande ecrã, mas penso que nenhuma das adaptações iguala a que, em 1988, Stephen Frears realizou tendo como protagonistas Glenn Close, John Malkovich, Michelle Pfeiffer, Uma Thurman, Keanu Reeves, entre outros.

O filme, com uma abordagem muito sofisticada, foi premiado e recebeu 3 óscares. Para mim é um dos melhores filmes alguma vez realizados. Conta com uma actuação magistral de Glenn Close, no papel da Marquesa de Merteuil, uma slut na verdadeira acepção da palavra. Uma interpretação digna de registo na memória cinematofráfica que qualquer Slut.


Sem comentários: