sábado, 9 de fevereiro de 2008

A velha


Uma das coisas mais interessantes de sair à noite é cuscar os postais publicitários, que existem em vários bares, sobre os diversos eventos culturais. Numa destas últimas noites houve um desses postais que me chamou a atenção. Não pelo seu conteúdo em si, mas antes pela imagem que aqui reproduzo.

O postal apresenta uma peça de teatro que vai estrear dia 12 de Fevereiro, num qualquer espaço chamado "Casa D’Os Dias Da Água". Não conheço e, muito honestamente, não tenciono conhecer. A peça, ao que percebi, é baseada num texto de um autor de seu nome Daniil Harms (ou entao a peça foi mesmo escrita por ele, seja de que forma fôr, também não conheço a dita personagem).

Na parte de trás do postal vem o seguinte:

No pátio está uma velha com um relógio de parede nas mãos.
Passo ao lado da velha, paro e pergunto: “Que horas são?”
- Veja-diz-me a velha.
Olho para o relógio e vejo que não tem ponteiros.
- Não tem ponteiros -digo eu.
A velha olha para o mostrador e diz:
- Um quarto para as três.
(In A Velha de Daniil Harms)

A peça até pode ser interessante. Não faço a mínima. Não está nos meus planos ir vê-la. Perguntam então o que me chamou a atenção e me leva aqui a falar desta "Velha"? Muito simples. Foi a classificação etária da peça. Vem lá indicado que é para maior de 12 anos. Ora muito bem. Com esta imagem e texto de apresentação estou já a ver as criancinhas todas de 12 anos a implorarem aos pais para que os levem a ir ver esta peça! Fazem birra até se fôr preciso. Sim, daquelas birras mais barulhentas, de se atirarem para o chão ao berros e a darem murros no pavimento.

Como diria o anúncio "é que é já a seguir!", então não!

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