sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Where have all the good men gone?

Já há muitos anos atrás a Bonnie Tyler, no seu "Holding out for a hero" se debatia com esta questão. Hoje em dia generalizo-a um pouco mais. Não me pergunto apenas o que aconteceu aos homens bons (não no sentido físico da expressão), mas pergunto-me já sobre o que terá acontecido às boas pessoas?

Curioso como toda a gente se apresenta como sendo uma mais valia ao conhecimento dos outros. Valorizam-se como seres excepcionais e primoram pela sua honestidade e sinceridade.

Yeah right!

É esta a frase que assola a mente de qualquer Slut perante tal descrição!

É uma coisa que não compreendo e que me causa alguma azia no sentido literal do termo, isto é, se ele se pode aplicar num âmbito mais sociológico ou antropológico da questão. A sério que não percebo o porquê das pessoas não conseguirem ser honestas e sinceras (e depois confundem muito estes dois termos, que apesar de parecidos não significam a mesma coisa). Dizem que o são, mas depois as acções não acompanham as suas palavras.

É uma coisa sobre a qual por vezes me debruço. Será que as pessoas não percebem a incoerência da questão? Muitas vezes afirmam-se como sendo frontais, sinceras, honestas e demais qualidades similares, mas depois, não conseguem ter a coragem e a hombridade de se comportarem como tal. Será que o não fazem com medo de ficarem mal vistas pelos outros? Talvez seja esse o caso. Mas mesmo sendo esse o caso, não conseguem ter a abertura de espírito para perceber que é essa sua tentativa de não ficarem mal vistas que as faz fazer pior figura e, no final, ficarem mal vistas mesmo?

Apesar de haver pessoas mais diminuídas mentalmente, na sua generalidade as pessoas não são estúpidas e até se podem auto-iludir durante uns tempos, mas apercebem-se sempre de tudo e, por isso, não devemos passar atestados de estupidez aos outros. É preferível um "não quero manter contacto contigo" do que um "somos amigos mas estou tão atolado em trabalho que não consigo disponibilizar um minuto para te mandar uma mensagem a perguntar como estás".

Ou há conceitos muito díspares do que constitui uma amizade ou não percebo mesmo o porquê das coisas. Culpa-se o individualismo da sociedade contemporânea. Será? É esse individualismo o responsável pelo facto das pessoas terem esquecido ou relegado para segundo plano coisas simples como a interajuda ou o respeito pelo outro?

Serão utopias acreditar que é possível ajudar o outro apenas pelo simples acto de se poder ajudar? Dizer-se o que sente e o que se pensa, mesmo que isso acarrete a consequência dos outros olharem para nós franzindo o sobrolho?

Verdade? Mentira? Omissão?

Utopia?

Em que mundo escolhe e se prefere viver depende da consciência e formação de cada um. Eu penso que ainda continuo a preferir a utopia.

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